Crítica | O Rei do Show - Uma Celebração da Diversidade e da Coragem para Sonhar
- Gus Acioli
- 7 de fev.
- 3 min de leitura

O Rei do Show, dirigido por Michael Gracey, é muito mais do que um filme musical; é uma homenagem ao espírito humano de superação e à ousadia de seguir seus sonhos, mesmo diante das dificuldades.
Com uma performance estonteante de Hugh Jackman no papel de P.T. Barnum, o filme leva o público a uma jornada visualmente deslumbrante, cheia de música, cores vibrantes e, acima de tudo, uma mensagem de inclusão e aceitação. Desde sua estreia, O Rei do Show conquistou corações ao redor do mundo, tornando-se um fenômeno cultural e musical.
A história de P.T. Barnum, um homem de origem humilde que desafia as normas sociais e busca uma vida melhor, é retratada de forma inspiradora. O filme começa com um Barnum jovem sonhando com um futuro grandioso, e, à medida que cresce, ele luta para realizar esse sonho, mesmo quando as circunstâncias parecem estar contra ele.

Depois de perder seu emprego e enfrentar a falência, ele cria um espetáculo com personagens marginalizados da sociedade — artistas de circo conhecidos como "freaks" — e com isso, transforma sua vida e, eventualmente, a vida de muitos outros.
A trama é centrada no espetáculo que Barnum cria e no elenco diversificado de artistas que fazem parte de seu "grande show". Entre esses artistas estão personagens como o homem mais alto do mundo, a mulher barbada, o anão, e a mulher com tatuagens exóticas — todos rejeitados pela sociedade por suas peculiaridades, mas que, sob a direção de Barnum, encontram um lugar onde podem brilhar.
Este é, sem dúvida, um dos pontos mais emocionantes do filme, que celebra a individualidade e os talentos únicos de cada ser humano, independentemente de sua aparência física ou de como a sociedade os vê.

A relação de Barnum com sua esposa Charity (Michelle Williams) também adiciona uma camada de emoção ao filme. Ela é a força silenciosa por trás de seu sucesso, sempre o apoiando, mas também questionando suas escolhas, especialmente quando ele se deixa consumir pelo brilho da fama e do sucesso. A química entre Hugh Jackman e Michelle Williams é genuína, e sua relação proporciona um alicerce emocional para a história.
Além da história cativante, o que realmente faz O Rei do Show se destacar são suas músicas. Com letras inspiradoras e um ritmo envolvente, a trilha sonora, composta por Benj Pasek e Justin Paul (que também trabalharam em La La Land), se tornou um sucesso à parte.
Canções como "This Is Me" e "The Greatest Show" são não apenas memoráveis, mas têm um poder emocional que ressoa com o público, transmitindo mensagens de empoderamento, coragem e aceitação. A música "This Is Me", especialmente, se tornou um hino para aqueles que se sentem marginalizados ou incompreendidos, destacando a importância de se orgulhar de quem se é.
O elenco também brilha em suas performances vocais. Hugh Jackman, conhecido por seu talento tanto no teatro quanto no cinema, entrega uma performance impressionante, conseguindo equilibrar carisma e vulnerabilidade no papel de Barnum.

Zac Efron, que interpreta Phillip Carlyle, o parceiro de negócios de Barnum, também tem uma performance sólida, com destaque para sua química com Zendaya, que interpreta Anne Wheeler, uma artista do circo. Juntos, eles oferecem um dos números musicais mais animados e encantadores do filme, a canção "Rewrite the Stars".
Em tempos em que filmes como Coringa: Delírio a Dois e Cats foram lançados, O Rei do Show consegue se destacar como uma produção musical de grande sucesso, proporcionando uma experiência mais leve, alegre e inspiradora. Ao contrário de outras adaptações mais sombrias, O Rei do Show abraça a grandiosidade do gênero musical e faz um excelente trabalho ao entreter o público, sem deixar de lado temas profundos, como a luta por aceitação e a superação dos desafios pessoais.
Por outro lado, Cats e Coringa: Delírio a Dois, que falham em gerar uma conexão verdadeira com a audiência através da música e da narrativa, contrastam fortemente com a energia positiva e o encanto de O Rei do Show. Enquanto essas produções sofrem com escolhas de direção e conceitos desconexos, O Rei do Show é uma prova de como o cinema pode usar a música e o espetáculo para criar uma experiência cinematográfica empolgante e emocionalmente envolvente.

O Rei do Show não é apenas um filme de entretenimento; é uma declaração de que todos têm algo único a oferecer, independentemente de suas diferenças. Através de performances deslumbrantes, uma trilha sonora icônica e uma história com um apelo universal, o filme se tornou uma celebração do sonho humano de superação e da importância de abraçar quem somos de verdade.
Sua mensagem sobre a aceitação das diferenças, o empoderamento pessoal e a coragem para seguir seus próprios sonhos ressoam até hoje, fazendo deste filme um verdadeiro marco no gênero de musicais modernos.
Classificação: 9,5/10
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