Crítica | Agatha Desde Sempre - A Magia do Anti-herói em um Novo Capítulo da Marvel
- Jam Nascimento
- 4 de nov. de 2024
- 3 min de leitura

Em um cenário onde as críticas e as expectativas estão sempre à flor da pele, Agatha Desde Sempre chegou para desafiar o que se espera de uma série do universo Marvel.
Criada e escrita por Jac Schaeffer, a produção é uma grata surpresa que demonstra que, às vezes, menos realmente é mais.
Lançada no Disney+ em 18 de setembro, a minissérie rapidamente conquistou o público, acumulando recordes de audiência e se tornando a mais barata do MCU, um indicativo de que o estúdio talvez não tivesse plena confiança no seu potencial.

A trama se desenrola três anos após os eventos de WandaVision, onde a bruxa Agatha Harkness, brilhantemente interpretada por Kathryn Hahn, escapa de sua prisão em Westview com a ajuda de um jovem gótico.
Juntos, eles formam um novo coven de bruxas para enfrentar os desafios do enigmático Caminho das Bruxas, enquanto Agatha precisa lidar com antigos inimigos, as temíveis Sete de Salem.
Desde o início, a série traz uma abordagem fascinante, aprofundando a complexidade da protagonista.
A libertação de seu feitiço se torna um momento marcante, que relembra as múltiplas facetas que a bruxa vivenciou no HEX de Wanda. A narrativa não só amplia a compreensão sobre suas motivações, mas também a humaniza, fazendo o público questionar se ela é uma vilã ou uma anti-heroína à la Loki.
Kathryn Hahn brilha em sua interpretação, embora em alguns momentos seu desempenho flerte com exageros que destoam das atuações mais sutis dos coadjuvantes.

Ao lado dela, Joe Locke se destaca como o jovem que revela um potencial notável ao longo da série, transparecendo inocência e determinação com naturalidade. Seu papel sugere um futuro empolgante no MCU, especialmente com a vindoura formação dos Jovens Vingadores.
O elenco também se beneficia da presença de Patti LuPone como Lilia Calderu, cujo arco culmina no melhor episódio da minissérie, "Se a Morte Me Encontrar". Esse episódio se destaca por revisitar momentos cruciais da jornada dos personagens, amarrando as pontas soltas de maneira habilidosa e tecendo uma narrativa não linear de forma magistral.
Dirigida por Jac Schaeffer, Gandja Monteiro e Rachel Goldberg, a série apresenta uma direção que, embora não inovadora, revela que uma boa história não depende necessariamente de um grande orçamento.
A variação na duração dos episódios mantém a narrativa dinâmica, evitando arrastos desnecessários.

O Caminho das Bruxas é um espetáculo visual. Desde o ambiente do porão da casa de Agatha até as referências a bruxas da cultura pop e se permitindo passear pelo gênero de terror vez ou outra, cada detalhe é cuidadosamente elaborado.
O figurino e a ambientação são um convite a uma jornada mágica, fazendo com que o público se sinta imerso na narrativa.
Musicalmente, "The Ballad of the Witches' Road" se junta ao legado de "Agatha All Along", mantendo a tradição de canções memoráveis e proporcionando momentos emocionantes ao longo da série como ocorre durante a provação de Alice e a passagem de Agatha através de diversos covens.
Os efeitos visuais, com uma combinação de técnicas práticas e CGI, são usados de forma eficaz, especialmente na caracterização da personagem de Aubrey Plaza.

O resultado é uma série que não só entrega uma história envolvente, mas também solidifica Jac Schaeffer como uma contadora de histórias excepcional.
Se você foi cativado por WandaVision, há grandes chances de que Agatha Desde Sempre também te agrade. Com um final que deixa o público ansioso por mais, a minissérie cumpre seu papel no universo Marvel e pavimenta o caminho para um reencontro emocionante. Sem dúvida, uma produção que merece um 9 de 10.
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