Artigo | Cinema e Mitologia: Uma viagem pelas culturas
- Gus Acioli
- 22 de abr.
- 4 min de leitura

Uma coisa que sempre me deixou fascinado no cinema é como ele consegue pegar histórias antigas, como as mitológicas, e trazer para vida de um jeito tão incrível.
Desde aquelas grandes histórias da Grécia Antiga até as lendas mais recentes que todo mundo conhece, os mitos são muito poderosos porque falam de coisas que sempre foram importantes para gente: heróis, deuses, monstros e a eterna luta entre o bem e o mal.
E quando essas histórias ganham tela, elas viram um jeito de conectar a gente com as culturas e tradições de onde elas vieram, mas também são adaptadas para um contexto novo, que faz sentido para diferentes gerações.
O cinema tem essa mágica de pegar esses mitos e dar uma repaginada, deixando eles mais acessíveis para todo mundo, como a gente vê em filmes como Thor, A Viagem de Chihiro e Percy Jackson.
Falando em mitologia, Thor, o Deus do Trovão, é um dos personagens mais populares da Marvel, e a história dele vem lá da mitologia nórdica. Só que o filme não fica só na adaptação fiel dos mitos antigos, ele dá uma modernizada e coloca alguns elementos novos que chamam a atenção do público de hoje.
O Thor, que originalmente era um deus guerreiro nórdico, se transforma em um super-herói que precisa aprender a lidar com a sua arrogância e com as responsabilidades que ele tem.
O filme mistura elementos dos mitos, como o Mjolnir (o martelo mágico dele), a luta contra os gigantes de gelo e a ideia de Asgard, o reino dos deuses, mas tudo isso com efeitos visuais super modernos, cenas de ação e temas que todo mundo entende, como a relação entre pai e filho e a busca por quem a gente realmente é.
Essa adaptação não só mostra os mitos de um jeito mais fácil de entender, mas também mistura ideias atuais sobre o que é ser um herói e o que é certo ou errado. Assim, a mitologia nórdica continua viva, mas com uma cara nova, permitindo que as gerações mais recentes também possam apreciá-la.

E por falar em como a mitologia pode ser adaptada de forma brilhante para o cinema, não posso deixar de mencionar A Viagem de Chihiro, do Hayao Miyazaki. Esse filme, que é uma obra-prima do Studio Ghibli, é uma verdadeira viagem pelo mundo da mitologia japonesa, cheio de espíritos, deuses e criaturas fantásticas.
A história acompanha Chihiro, uma garota que acaba se perdendo num mundo mágico e precisa encontrar um jeito de salvar seus pais e voltar para o seu mundo. O filme mistura a mitologia japonesa com elementos do folclore e de crenças espirituais antigas e, ao mesmo tempo, nos faz pensar sobre a vida, a natureza e o amadurecimento.
Miyazaki usa figuras mitológicas tradicionais, como os deuses do banho, para criar um ambiente único que mostra a forte ligação do Japão com a natureza e os espíritos. A Chihiro, por exemplo, passa por uma transformação ao longo da história, o que a gente pode entender como uma metáfora para o início de uma nova fase ou para o crescimento, temas que aparecem em várias mitologias do mundo todo.
Outro exemplo de como a mitologia pode ser trazida para o cinema de um jeito dinâmico e moderno é a franquia Percy Jackson e os Olimpianos, baseada nos livros do Rick Riordan.

A história segue o Percy, um adolescente que descobre que é filho de Poseidon, o deus grego dos mares. O filme mistura as histórias clássicas da mitologia grega com a vida normal de um adolescente, criando uma combinação que tanto homenageia quanto dá uma nova cara aos mitos.
Em Percy Jackson, os deuses gregos são transportados para o mundo de hoje, onde eles continuam influenciando os acontecimentos, mas também enfrentam desafios modernos. Por exemplo, Zeus tem um conflito com Poseidon devido ao roubo do seu raio, mas o que torna a história especial é como esses deuses e heróis míticos se comportam num mundo cheio de escolas, redes sociais e aventuras adolescentes.
Essa adaptação deixa as lendas gregas mais acessíveis e interessantes para os jovens, mas sem perder a essência das suas origens mitológicas.
O que todos esses filmes têm em comum é a maneira como eles pegam mitos e lendas de diferentes culturas e os adaptam para um contexto mais universal, muitas vezes colocando novas ideias que fazem sentido para o público de hoje.
Fazendo isso, eles não só mantêm viva a história das culturas que criaram essas histórias, mas também as tornam mais importantes, transformando mitos antigos em narrativas modernas.
O cinema, como uma forma de arte visual e de contar histórias, tem uma capacidade única de pegar essas histórias complexas e com várias camadas e simplificá-las sem que elas percam a sua riqueza. Ao mesmo tempo, ele oferece um novo espaço para explorar os mesmos temas e questões universais que os mitos originais abordam, como o heroísmo, o destino e o confronto com o desconhecido.
A mitologia no cinema não é só um jeito de contar histórias do passado, mas também uma forma de pensar sobre o presente e até de imaginar um futuro onde essas lendas ainda têm algo importante para nos ensinar.
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