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Artigo | Oscar e o Marketing: Como Filmes Usam a Campanha para Vencer

Emma Stone de "La La Land" | Divulgação
Emma Stone de "La La Land" | Divulgação

O Academy Awards, ou simplesmente o Oscar, como um prêmio internacional de alto nível, vai muito além da mera celebração da excelência no cinema. A competição pela estatueta dourada não se resume à qualidade dos filmes.


O marketing desempenha um papel importante na forma como os títulos são percebidos pela Academia e pelo público, e como cineastas, estúdios e distribuidores disputam atenção durante a temporada de premiações.


Desde que as campanhas para o Oscar passaram a ser organizadas de maneira mais estruturada, nas décadas de 70 e 80, o marketing para filmes em competição se transformou em uma indústria altamente sofisticada, repleta de táticas, eventos e influências externas.


A introdução de categorias como Melhor Animação e Melhores Efeitos Visuais nos anos 2000 também impulsionou abordagens promocionais mais segmentadas, voltadas para públicos específicos desses gêneros.


Os estúdios investem milhões de dólares em estratégias para que seus filmes se destaquem entre os concorrentes, tornando as campanhas de marketing imprescindíveis para atrair a atenção da Academia e dos críticos.

Screening Room | Divulgação
Screening Room | Divulgação

Táticas bem-sucedidas incluem criar uma narrativa envolvente em torno do título, a exploração de sua relevância cultural ou histórica e a construção de uma imagem pública positiva dos atores e cineastas envolvidos.


Além disso, destacar histórias inspiradoras dos bastidores, como o esforço de um diretor ou a intensa preparação de um ator, humaniza a produção e gera maior conexão com os votantes.


Outras das estratégias mais eficazes durante a temporada de premiações são as exibições privadas, também chamadas de "screenings". Esses eventos permitem que os membros da Academia assistam aos filmes em um ambiente controlado, sem distrações, focando na qualidade da obra.


Inclusive, servem como uma oportunidade para cineastas, atores e produtores promoverem diretamente seus trabalhos junto aos votantes. Essas exibições também podem aumentar a visibilidade do filme, fortalecer o seu impacto e despertar o interesse da crítica e de outros profissionais da indústria, assim como aconteceu com "12 Anos de Escravidão" (2013).

Steve McQueen faz o discurso de vitória "12 Anos de Escravidão" na categoria de "Melhor Filme" | Divulgação
Steve McQueen faz o discurso de vitória "12 Anos de Escravidão" na categoria de "Melhor Filme" | Divulgação

Quando a recepção é positiva, isso pode gerar um efeito cascata que se espalha pela mídia e influencia outros votantes da Academia, uma vez que a crítica cinematográfica exerce um impacto significativo sobre as campanhas para o Oscar.


Críticos especializados e publicações influentes, como The New York Times, Variety e The Hollywood Reporter, podem moldar a opinião pública e influenciar a percepção dos votantes da Academia, consolidando uma produção como favorita na premiação.


Além disso, prêmios concedidos por críticos e festivais renomados, como o Festival de Cinema de Veneza e o Globo de Ouro, frequentemente servem como trampolim para aqueles que almejam o Oscar.


As redes sociais também se tornaram ferramentas indispensáveis nas campanhas nos últimos anos. Plataformas como X (antigo Twitter), Instagram e Facebook permitem que estúdios e cineastas alcancem um público global e interajam diretamente com os fãs, gerando engajamento.


Causando um movimento de apoio espontâneo e genuíno, campanhas criativas nas mídias sociais, como hashtags e vídeos virais, podem impactar diretamente as chances de um título ser lembrado na temporada de prêmios, além de conquistar e entusiasmar o público.

David Seidler, roteirista de "O Discurso do Rei" | Divulgação
David Seidler, roteirista de "O Discurso do Rei" | Divulgação

Vários exemplos ao longo da história do Oscar mostram como as campanhas podem ser decisivas para o sucesso de uma produção.


Um exemplo relevante é O Discurso do Rei (2010), que, embora inicialmente não fosse o favorito ao prêmio mais importante da noite, conquistou diversas vitórias importantes, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.


A campanha foi meticulosamente planejada, destacando a história inspiradora do rei George VI para superar sua gagueira e a atuação de Colin Firth, o que ajudou a conquistar forte apoio entre os votantes da Academia.


Outro caso emblemático foi a campanha de La La Land (2016), que gerou enorme atenção durante a temporada de premiações e foi amplamente considerada a favorita para vencer o Oscar de Melhor Filme. A campanha teve sucesso ao envolver o público com sua estética encantadora, seu apelo nostálgico e sua trilha sonora marcante.

Tom McCarthy e Josh Singer de "Spotlight" | Divulgação
Tom McCarthy e Josh Singer de "Spotlight" | Divulgação

Porém, com o aumento dos custos envolvidos nas campanhas de Oscar, surgiram preocupações sobre o impacto do dinheiro nesse processo.


Produções que pertencem a grandes estúdios têm, naturalmente, orçamentos maiores para suas campanhas de marketing, mas os pequenos filmes independentes, como Spotlight (2015), por exemplo, também demonstraram que, com uma estratégia bem executada, uma produção de baixo orçamento pode competir de igual para igual.


O marketing é indispensável no Oscar, influenciando a percepção e o sucesso dos filmes na temporada de premiações e aumentando suas chances de conquistar a tão cobiçada estatueta dourada. Embora a qualidade seja um fator importante, a maneira como um filme é promovido aos votantes muitas vezes define o seu sucesso.

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