Crítica | Atlas - Jennifer Lopez Enfrenta o Futuro em Uma Aventura Sci-Fi que Falha em Inovar
- Gus Acioli

- 18 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de nov. de 2024

Atlas é uma adição ao gênero de ficção científica que mistura ação e suspense, trazendo Jennifer Lopez de volta ao centro das atenções.
A trama gira em torno de Atlas Shepherd, uma analista de dados que vive em um mundo dominado pela tecnologia. A desconfiança de Atlas em relação à inteligência artificial é testada quando uma missão para capturar um robô enigmático dá errado, forçando-a a colaborar com a própria IA para evitar uma catástrofe global.

Embora Atlas explore um tema familiar — a ameaça das IAs — o enredo se mantém previsível, alinhando-se aos clichês do gênero. A história, embora não apresente grandes surpresas, utiliza a familiaridade do tema para construir tensão e manter o interesse do espectador.
O desenvolvimento dos personagens é um ponto misto. A personagem principal, interpretada com intensidade por Jennifer Lopez, é bem elaborada, oferecendo uma profundidade emocional que enriquece a narrativa.
Em contraste, o robô Harlan, o principal antagonista, é menos desenvolvido e se limita a um papel mais unidimensional.

O filme aborda questões relevantes, como a desconfiança em relação às IAs e a relação entre humanos e máquinas. Ele propõe uma reflexão sobre a moralidade e a responsabilidade na criação de tecnologias que podem tanto salvar quanto destruir.
Momentos marcantes surgem nas cenas que exploram o conflito interno de Atlas e sua interação com a IA Smith. Esses momentos destacam a vulnerabilidade da protagonista e sua luta para superar preconceitos, oferecendo uma dimensão emocional à trama.
O ritmo do filme é geralmente equilibrado, mantendo o espectador engajado. No entanto, há passagens em que o desenvolvimento da história parece arrastado, especialmente nas cenas focadas mais na exposição temática do que na ação.
A direção de Brad Peyton, embora competente, não traz grandes inovações ao gênero. Ele utiliza elementos tradicionais de ficção científica para construir a narrativa, mas não se destaca por inovação ou originalidade.

A fotografia é eficaz, mas mediana, utilizando uma paleta de cores futurista e iluminação apropriada para o ambiente tecnológico. No entanto, não apresenta um estilo visual particularmente marcante.
A trilha sonora é adequada e complementa a atmosfera futurista do filme, mas não se destaca como um elemento memorável. Os efeitos especiais, por outro lado, são bem executados e ajudam a criar uma sensação de um mundo futurístico, embora não sejam o ponto alto do filme.

O grande destaque de Atlas são as atuações, especialmente a de Jennifer Lopez, que entrega uma performance convincente e emocional. Simu Liu também oferece uma atuação sólida como o robô Harlan, apesar de seu papel ser mais limitado.
O design de produção é bem realizado, com cenários e figurinos que contribuem para uma ambientação futurista convincente, reforçando a atmosfera tecnológica e distópica do filme.

Atlas atende parcialmente às expectativas. Embora não traga grandes inovações para o gênero, a atuação de Jennifer Lopez e a exploração dos temas ofereçam algum valor.
Recomendo o filme para fãs de ficção científica interessados em histórias sobre inteligência artificial e suas implicações éticas, assim como para aqueles que apreciam a atuação de Jennifer Lopez.
Nota: 6/10. Atlas é um filme competente e entretenedor, mas não se destaca significativamente no gênero nem deixa uma impressão duradoura.



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