Crítica | Alien: Romulus - Um Retorno às Raízes com Poucas Surpresas
- Gus Acioli
- 3 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de nov. de 2024

Em Alien: Romulus, Fede Alvarez revisita a icônica franquia Alien, prometendo um retorno às suas origens aterrorizantes.
A trama se passa entre os eventos de Alien, o 8º Passageiro e Aliens, O Resgate, e acompanha um grupo de jovens colonizadores que, ao explorarem uma estação espacial abandonada, se deparam com uma forma de vida mortal.
A produção, que conta com Ridley Scott como produtor executivo, traz o clássico cenário claustrofóbico e o terror psicológico que tanto marcaram o universo Alien.
Apesar de ter um enredo que inicialmente parece promissor, Alien: Romulus sofre com um desenvolvimento previsível.

A trama central gira em torno do clássico dilema "não mexa com o que está quieto", o que acaba tornando algumas reviravoltas menos impactantes. Embora o filme tenha seus momentos memoráveis, eles não são suficientes para deixarem uma marca duradoura.
O desenvolvimento dos personagens é superficial. Embora a protagonista, interpretada por Cailee Spaeny, tenha um pouco mais de camadas, o roteiro não permite que ela alcance grandes momentos de destaque emocional.
Os outros personagens são praticamente esquecíveis, servindo mais como suporte para as cenas de ação e suspense.
O ritmo do filme é bem ajustado, mantendo o espectador envolvido do começo ao fim, sem se arrastar ou acelerar demais. No entanto, em alguns momentos, poderia ser mais ágil, especialmente nas cenas de maior tensão.
A direção de Fede Alvarez cumpre o que se espera, sem grandes inovações, e mantém o clima da franquia.

A fotografia é um dos pontos altos do filme, criando uma atmosfera sombria e opressiva que combina com o cenário espacial. Já os efeitos especiais, embora bem executados, trazem a sensação de estarmos vendo algo que poderia ter evoluído mais.
O diretor optou por manter os efeitos práticos para o Alien, o que é louvável, mas o resultado ainda lembra o visual robótico dos filmes anteriores. O design do alienígena, especialmente no clímax do filme, é impressionante, mas a movimentação ainda parece rígida.
A trilha sonora é funcional, criando a tensão necessária, mas sem ser memorável. Há momentos de silêncio que amplificam o suspense, mas os momentos em que a música surge são bem casados com a atmosfera.
O elenco faz um trabalho decente, com destaque para Cailee Spaeny, que consegue carregar o filme com seu carisma, apesar do roteiro limitado.

Alien: Romulus traz de volta o terror e a tensão que consagraram a franquia, mas sem grandes novidades. O filme consegue agradar os fãs mais nostálgicos com sua atmosfera, mas deixa a desejar em termos de inovação.
A trama previsível e os personagens pouco desenvolvidos impedem que o filme atinja seu verdadeiro potencial. Mesmo assim, é uma obra que pode divertir e entreter, especialmente aqueles que já são fãs do universo Alien.
Nota: 7/10. Um filme que cumpre o básico, mas não se arrisca o suficiente para se destacar na franquia.
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