Crítica | Longlegs - Vínculo Mortal
- Gus Acioli
- 2 de set. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 2 de nov. de 2024

Longlegs - Vínculo Mortal, dirigido por Oz Perkins, nos apresenta a história da agente do FBI, Lee Harker (Maika Monroe), que reabre um caso arquivado de um serial killer em uma cidade aparentemente tranquila.
À medida que Harker avança na investigação, ela descobre evidências perturbadoras que a levam por um caminho perigoso, repleto de práticas ocultas.
Em meio a essa jornada, ela se depara com uma ligação pessoal inesperada com o assassino, e o que era uma investigação comum se transforma numa corrida contra o tempo para evitar novas vítimas e proteger a própria vida.

Longlegs tem um enredo original que, apesar de fugir do previsível, falha em entregar o que promete. Embora se apresente como um filme de terror, acaba sendo mais um suspense com elementos de terror, não conseguindo satisfazer plenamente nenhum dos dois gêneros.
O desenvolvimento dos personagens é superficial, e mesmo com o progresso ao longo da trama, há uma sensação constante de que falta algo. O arco de Lee Harker, por exemplo, se desenrola de forma que não gera grande impacto, deixando o espectador desejando por uma profundidade maior.

O tema central do filme — a ideia de que nosso passado pode ter consequências persistentes em nossas vidas — é interessante, mas mal explorado. Há momentos em que a narrativa sugere que reviravoltas impactantes estão por vir, mas essas expectativas raramente são correspondidas.
Nicolas Cage, embora seja uma presença notável, faz apenas uma participação breve e não tão memorável quanto se poderia esperar. As viradas na história não são tão convincentes ou chocantes, e as cenas que poderiam ser memoráveis acabam sendo previsíveis.

O ritmo do filme é, na maior parte, lento. Embora siga o padrão de suspense, a tensão que deveria manter o público engajado é insuficiente.
A direção de Oz Perkins parece mais voltada para agradar a festivais do que ao público geral, o que resulta em uma experiência que pode não agradar a todos os gostos.

O maior destaque de Longlegs é a fotografia, que é impressionante e bem executada. A atmosfera visual é rica, com luzes e cores que lembram jogos de terror como Alan Wake e Control.
A trilha sonora cumpre seu papel de ambientação, mas é facilmente esquecível. Os efeitos especiais, embora discretos, são bem feitos e não distraem do enredo.
Já a atuação do elenco é mista: Nicolas Cage, com seu estilo característico, entrega uma performance que, embora exagerada, funciona para o papel que lhe é dado. Maika Monroe, por sua vez, inicialmente causa estranheza devido ao comportamento antissocial de sua personagem, mas isso melhora ao longo do filme.

O design de produção é outro ponto forte, criando cenários e figurinos que reforçam a atmosfera densa e inquietante que o filme tenta construir. No entanto, apesar desses elementos bem realizados, o filme falha em cumprir a promessa de ser um verdadeiro terror, pendendo mais para um suspense policial.
Longlegs é indicado para fãs de suspenses que gostam de narrativas mais lentas e psicológicas, onde a verdadeira identidade do vilão é um mistério a ser desvendado. No entanto, se você está à procura de um filme de terror, é melhor procurar outra opção.

O ponto mais forte do filme é, sem dúvida, a combinação entre a direção de fotografia e o design de produção, que juntos conseguem criar uma atmosfera de terror convincente, mesmo que a história em si não seja bem conduzida.
Infelizmente, a direção e o roteiro não conseguem transformar essa ambientação em uma experiência aterrorizante completa.
Nota: 7/10. A classificação reflete o esforço visual do filme, mas também as suas falhas em entregar uma narrativa convincente e envolvente.
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