Crítica | Não Fale o Mal - Um Terror Previsível Que Depende das Atuações
- Gus Acioli
- 16 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de nov. de 2024

Em Não Fale o Mal, uma família americana, após conhecer um simpático casal britânico durante as férias na Europa, aceita um convite para passar o fim de semana na casa de campo deles. O que parece ser uma viagem tranquila logo vira um pesadelo, quando os anfitriões revelam sua natureza verdadeira e perturbadora.
Não Fale o Mal começa com uma premissa promissora, mas rapidamente cai nas armadilhas dos clichês do terror moderno. O enredo é bastante previsível, sem grandes reviravoltas ou surpresas.

Seguindo a fórmula conhecida de “estranhos amigáveis que se revelam perigosos”, o filme não traz inovação, o que é decepcionante para quem espera algo mais do gênero.
O desenvolvimento dos personagens é superficial. Suas ações e motivações carecem de profundidade, deixando o espectador desconectado de suas trajetórias.
Mesmo com esse ponto fraco, as atuações conseguem manter o público minimamente envolvido. James McAvoy e Mackenzie Davis se destacam, conseguindo transmitir o desconforto e a tensão nos momentos mais intensos.

O filme explora o terror psicológico, focando no desconforto que surge quando se descobre que pessoas aparentemente normais podem ser realmente sinistras. No entanto, essa exploração não é levada a fundo.
O roteiro falha em criar um verdadeiro impacto, já que as decisões dos personagens muitas vezes desafiam a lógica, diminuindo a verossimilhança da trama.
A direção de James Watkins é habilidosa no básico, mas segue uma abordagem segura demais, sem arriscar ou inovar. A fotografia, no entanto, é um ponto forte.

Com belas paisagens e o uso eficaz de sombras, ela cria uma atmosfera inquietante que eleva a sensação de perigo iminente. Infelizmente, a trilha sonora é esquecível, sem momentos que realmente são relevantes para o clima do filme.
Os efeitos práticos são competentes e aumentam o realismo das cenas de terror, mas não são suficientes para salvar o filme de sua previsibilidade. O design de produção faz o que é necessário, apresentando planos adequados para o distribuidor da trama, mas sem nenhum destaque marcante.

No geral, Não Fale o Mal decepciona, especialmente por seu roteiro fraco e decisões de personagens que desafiam a lógica.
Para fãs de filmes de terror que apreciam um suspense mais convencional e não se incomodam com tramas previsíveis, ele pode ser uma opção válida. No entanto, para aqueles que esperam algo mais original e profundo, o filme pode ser frustrante.
Nota: 3/10 – Embora as atuações e a fotografia elevem um pouco a experiência, o enredo previsível e as decisões ilógicas dos personagens prejudicam o filme todo.
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