Crítica | Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice - Uma Dose de Nostalgia e Humor Irreverente
- Gus Acioli

- 5 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de nov. de 2024

A sequência de Beetlejuice aposta na nostalgia e entrega exatamente o que promete: uma divertida viagem ao universo excêntrico criado por Tim Burton.
O enredo, embora previsível e repleto de referências ao original, oferece momentos cativantes para os fãs. Elementos como a icônica maquete e o excêntrico casamento de Beetlejuice com Lydia reaparecem, mantendo a familiaridade, sem grandes surpresas.
Os personagens, tanto os novos quanto os retornantes, têm um desenvolvimento satisfatório, mas sem muita profundidade. Beetlejuice, vivido novamente por Michael Keaton, mantém o carisma irreverente e caótico que conquistou o público na primeira vez.

A introdução de Astrid, interpretada por Jenna Ortega, traz um frescor à trama, ainda que suas motivações sejam simples. Ela serve como uma personagem que representa a nova geração, trazendo um dinamismo rebelde à história.
O filme toca levemente em temas como a repetição de padrões e a relação entre o surreal e o cotidiano, mas sem grandes explorações filosóficas. Há uma crítica suave sobre a exploração financeira de figuras populares e uma negação da realidade, mas o foco principal permanece no entretenimento leve e na comédia excêntrica.
Visualmente, Beetlejuice Beetlejuice entrega o que se espera de Tim Burton. O diretor, fiel ao seu estilo inconfundível, constrói cenários surreais e personagens excêntricos que transformam a experiência em um espetáculo visual.

A fotografia é bem trabalhada, utilizando o contraste entre cores vibrantes e sombras para acentuar o clima macabro e, ao mesmo tempo, lúdico da trama.
Os efeitos especiais são competentes, especialmente nas cenas que envolvem o mundo dos mortos. A caracterização dos personagens, tanto dos vivos quanto dos fantasmas, é um ponto alto, capturando a essência surreal da narrativa.
O design de produção, com figurinos e cenários detalhados e criativos, transporta o espectador para o universo excêntrico de Beetlejuice.

As atuações são sólidas, com Michael Keaton roubando a cena mais uma vez como o inesquecível Beetlejuice. Jenna Ortega se destaca como a nova protagonista, trazendo energia e rebeldia à trama. Winona Ryder reprisa seu papel como Lydia com o charme característico, embora sua participação seja mais discreta.
Embora o filme não traga grandes inovações, ele cumpre o que se propõe: uma divertida continuação, repleta de nostalgia, humor irreverente e o estilo visual característico de Burton. Os fãs do original certamente apreciarão o retorno dos personagens icônicos e o visual excêntrico que marca o trabalho do diretor.
No entanto, aqueles que esperavam algo mais original ou profundo podem se sentir um pouco desapontados, já que a história depende bastante das memórias do primeiro filme.

Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice é uma sequência feita sob medida para os fãs. Com humor irreverente, personagens marcantes e o visual excêntrico de Tim Burton, o filme oferece diversão garantida, apesar de não trazer grandes surpresas.
A mistura de nostalgia com novos elementos, como a introdução de Astrid, funciona bem o suficiente para atrair uma nova geração de espectadores.
Nota: 7/10 – Um filme divertido e visualmente cativante, que agrada os fãs do original, mas poderia ter explorado mais a originalidade no enredo.



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