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Crítica | O Dublê - Ação e Comédia com um Elenco de Peso, Mas Sem Grande Impacto


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O Dublê traz uma premissa interessante e cheia de potencial, que mistura ação, comédia e mistério. A trama, focada em Colt Seavers, um dublê de Hollywood que é chamado de volta ao trabalho para filmar cenas de ação enquanto investiga o desaparecimento do astro de cinema Tom Ryder, promete ser divertida e cheia de ação.


No entanto, apesar de ter bons momentos, o enredo se perde em alguns pontos, não conseguindo explorar todo o potencial da premissa. Embora o mistério central seja intrigante, ele se desenrola de forma previsível e não chega a prender o público como poderia.


Os personagens principais, como Colt Seavers (Ryan Gosling), Jody Moreno (Emily Blunt) e Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson), têm boas dinâmicas e são bem interpretados, mas não são totalmente desenvolvidos. O filme foca muito mais nas cenas de ação do que na construção das relações e emoções dos personagens, o que acaba deixando a trama um pouco rasa. Apesar disso, Gosling, Blunt e Johnson conseguem dar vida aos seus papéis, trazendo carisma e energia para os personagens, o que ajuda a manter o filme agradável em momentos pontuais.

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Embora O Dublê toque em temas como lealdade, superação e reconciliação, o filme falha em explorar esses aspectos de maneira mais profunda. A história se concentra mais na ação e no mistério do que no desenvolvimento emocional dos personagens, o que faz com que a mensagem do filme se perca um pouco. No geral, não há um grande aprofundamento nos temas, deixando a sensação de que a narrativa poderia ser mais impactante.


O filme tem algumas cenas de ação bem coreografadas e momentos divertidos, principalmente quando o humor é bem dosado com a ação. As cenas envolvendo os personagens principais são cativantes, mas o ritmo do filme acaba comprometendo sua eficácia. Algumas cenas de luta são realmente emocionantes, mas muitas delas parecem forçadas, como se tentassem exagerar na intensidade sem oferecer a profundidade necessária.

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O ritmo de O Dublê é um dos pontos fracos do filme. Em alguns momentos, a trama se arrasta, principalmente quando tenta estabelecer a dinâmica entre os personagens ou explorar o mistério do desaparecimento de Tom. Embora haja momentos de ação intensos, a maior parte do filme fica em um tom morno, o que pode desmotivar o espectador que espera mais adrenalina e empolgação de um filme de ação.


David Leitch, conhecido por seu trabalho em Deadpool 2 e Trem-Bala, é um diretor habilidoso com cenas de ação. No entanto, em O Dublê, sua direção não consegue explorar completamente o potencial do filme. As cenas de ação não têm o impacto esperado e muitas delas parecem arrastadas, faltando a energia vibrante que é característica de seus outros trabalhos. O filme tem alguns bons momentos, mas a direção não consegue mantê-los constantes ao longo de toda a narrativa.

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A fotografia de O Dublê é competente, mas não se destaca de forma marcante. O uso de cores e luzes ajuda a criar a atmosfera de um filme de ação, mas não há nada visualmente inovador ou memorável. O filme cumpre bem o seu papel de criar uma estética de Hollywood, mas poderia ter mais ousadia e estilo para se destacar entre outros filmes do gênero.


A trilha sonora de O Dublê acompanha bem o ritmo do filme, mas não chega a ser inesquecível. As músicas ajudam a dar o tom de ação e comédia, mas não há nenhuma faixa ou composição que realmente se destaque. A música acompanha a narrativa, mas não a eleva ou a torna mais impactante.


Os efeitos especiais do filme são competentes, mas não são o grande destaque. As cenas de ação são acompanhadas por efeitos visuais que são satisfatórios, mas nada que impressione ou traga algo inovador para o gênero. As cenas de luta e perseguições são bem feitas, mas os efeitos não conseguem esconder a falta de energia que o filme apresenta.

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As atuações são um dos pontos positivos de O Dublê. Ryan Gosling é carismático e entrega uma performance sólida, embora seu personagem não tenha a profundidade necessária para brilhar totalmente. Emily Blunt também é competente em seu papel, mas sua personagem não é explorada o suficiente para deixar uma impressão duradoura. Aaron Taylor-Johnson, como sempre, é envolvente, mas o filme não dá a ele muito espaço para mostrar a complexidade de seu personagem. O elenco é talentoso, mas o roteiro e a direção não conseguem tirar o máximo proveito disso.


O design de produção é adequado ao estilo de um filme de ação de Hollywood, com cenários grandiosos e detalhes que ajudam a criar uma atmosfera de filme de grande orçamento. No entanto, o filme não inova em termos de design, e os cenários parecem genéricos, sem um grande esforço em criar um visual único ou marcante.


O Dublê tem uma premissa interessante e um elenco de peso, o que cria grandes expectativas. No entanto, o filme falha em entregar o nível de ação e emoção que se esperava. Há momentos de diversão, mas o ritmo irregular e a falta de profundidade emocional deixam a experiência aquém das expectativas.

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Recomendaria O Dublê para aqueles que buscam um filme de ação leve e divertido, sem grandes pretensões. O filme pode agradar quem gosta de cenas de ação e comédia, mas não vai agradar a quem procura um enredo mais profundo ou uma experiência de ação mais intensa.


O elenco talentoso e a química entre Ryan Gosling e Emily Blunt são pontos positivos. Além disso, algumas cenas de ação, embora não excepcionais, são agradáveis e cumprem seu papel de entreter.


A falta de energia nas cenas de ação e o ritmo irregular prejudicam a experiência. O filme poderia se beneficiar de um maior desenvolvimento de personagens e uma direção mais ousada nas sequências de ação.


Em uma escala de 1 a 10, O Dublê recebe uma nota 6. Apesar de seu elenco talentoso e premissa divertida, o filme não consegue entregar a intensidade e a emoção que um filme de ação como este exige.



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