Crítica | Que Horas Eu Te Pego? - Uma Comédia Leve e Divertida, Mas Esquecível
- Gus Acioli
- 7 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de nov. de 2024

Em Que Horas Eu Te Pego?, Jennifer Lawrence nos apresenta Maddie, uma mulher acostumada a tomar decisões erradas. Quando sua casa de infância está prestes a ser perdida, ela se depara com um anúncio inusitado: "namorar" Percy, um jovem de 19 anos extremamente introvertido, antes que ele parta para a faculdade. A partir desse ponto, o filme segue a jornada de Maddie, marcada por momentos de humor e reflexão.
O roteiro, embora original, traz à tona uma sensação de nostalgia, lembrando as comédias de outrora que, hoje em dia, parecem destinadas mais ao streaming do que à tela grande.

É interessante notar o desenvolvimento dos personagens, especialmente Maddie. Lawrence se entrega ao papel com intensidade, e é gratificante assistir à sua evolução ao longo do filme. A transformação da personagem, que começa desesperada por dinheiro e termina buscando um propósito maior, é cativante.
A trama é pontuada por momentos memoráveis e cenas que arrancam risadas, como uma luta caótica na praia ou personagens pelados em cima de um carro. Essas situações inusitadas contrastam com a jornada emocional de Maddie, que, apesar de sua maturidade, percebe que ainda tem muito a aprender e crescer.

O ritmo do filme pode parecer lento no início, mas se estabiliza com o tempo. Embora não seja um filme de ação acelerada, ele proporciona uma experiência agradável, típica de uma sessão da tarde.
A direção de Gene Stupnitsky cumpre seu papel, sem grandes inovações, mas de forma competente.
A fotografia do filme é modesta, mas adequada, refletindo bem o orçamento disponível. Já a trilha sonora, apesar de não ser memorável, cumpre sua função de complementar a atmosfera leve e descontraída da narrativa.
No quesito efeitos especiais, Que Horas Eu Te Pego? é discreto. Se existem efeitos, eles são tão sutis que passam despercebidos, o que só reforça o foco do filme nas interações e na química entre os personagens.

As atuações são o ponto alto da produção, especialmente a dinâmica entre Lawrence e Andrew Barth Feldman. A química entre eles traz um charme nostálgico, lembrando comédias passadas.
O design de produção é simples, mas eficaz. Os cenários e figurinos, ambientados no mundo real, são autênticos e bem trabalhados, sem grandes pretensões.
Embora o filme atenda às expectativas como uma comédia leve e divertida, não é uma obra excepcional. Ele oferece uma tarde agradável, mas não deixa uma impressão duradoura.
O maior trunfo de Que Horas Eu Te Pego? é a performance de Jennifer Lawrence, que se entrega completamente ao papel, trazendo autenticidade à personagem.

Entretanto, alguns aspectos poderiam ser melhorados, como o ritmo e o tom do final, que segue a tendência das comédias de misturar momentos de tristeza e reflexão. Isso pode deixar o espectador com um gostinho amargo, desejando um desfecho mais leve e divertido.
Em uma escala de 1 a 10, Que Horas Eu Te Pego? recebe uma nota 6. É um filme agradável e divertido, mas facilmente esquecível, apesar do talento inegável de Jennifer Lawrence.
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