Crítica | É Assim Que Acaba - Um Drama Emocionalmente Intenso, Mas Previsível
- Gus Acioli
- 9 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de nov. de 2024

É Assim Que Acaba, dirigido por Justin Baldoni e roteirizado por Christy Hall, é uma adaptação do best-seller de Colleen Hoover que traz à tela uma história intensa e emocional.
O filme é estrelado por Blake Lively como Lily, uma mulher que se muda para Boston para realizar seu sonho de abrir uma floricultura, mas se vê dividida entre um novo amor, Ryle (Justin Baldoni), e um romance do passado, Atlas (Brandon Sklenar), que retorna inesperadamente.

Para aqueles familiarizados com o livro, o enredo de É Assim Que Acaba pode parecer previsível. A história segue um caminho bem traçado, sem grandes surpresas.
No entanto, isso não diminui o impacto emocional que o filme oferece, especialmente ao abordar temas sensíveis como violência doméstica e resiliência feminina.
A jornada de Lily é profundamente explorada, embora o destino de alguns personagens seja facilmente antecipado, o que pode criar uma desconexão para alguns espectadores.
Blake Lively domina o filme com uma atuação intensa e envolvente, trazendo à tona as camadas complexas de sua personagem. O elenco de apoio, com destaque para Jenny Slate, que proporciona toques de humor em meio à narrativa carregada, complementa bem sua performance. Justin Baldoni, também no papel de diretor, conduz a história com cuidado e sensibilidade.

Entretanto, o ritmo do filme, em alguns trechos, se torna lento, criando a sensação de que sua duração é maior do que realmente é.
Visualmente, É Assim Que Acaba é impressionante. A fotografia, assinada por Barry Peterson, utiliza cores e iluminação para refletir os estados emocionais dos personagens, criando uma atmosfera que complementa a narrativa.
O design de produção também merece destaque, com cenários e figurinos que enriquecem a história de maneira sutil, mas eficaz. A trilha sonora, embora não memorável, cumpre seu papel ao intensificar as cenas mais emocionais.
Um ponto central de debate entre os fãs e críticos da obra de Colleen Hoover é como o livro, e agora o filme, aborda a violência doméstica. Muitos questionam se a história acaba por romantizar a violência, dado que, ao final, Lily, a protagonista, não denuncia Ryle, seu agressor.
Embora ela termine o relacionamento, o fato de não haver uma punição explícita para Ryle deixou muitos leitores e espectadores desconfortáveis, levando à discussão sobre se essa ausência de consequências não contribui para uma visão romantizada da violência.

Por outro lado, há quem defenda que a narrativa não romantiza, mas sim reflete uma realidade comum. Em muitos casos, as vítimas de violência doméstica não denunciam seus agressores devido a uma série de fatores, incluindo a falta de apoio psicológico, emocional, e até mesmo pelas complexas questões legais e financeiras envolvidas. A trama acaba, então, expondo a dolorosa realidade de que nem sempre há justiça ou resolução legal para esses casos.
É Assim Que Acaba é um filme que cumpre o prometido, especialmente para os fãs do livro. No entanto, sua previsibilidade e ritmo lento podem não agradar a todos.
É uma recomendação para aqueles que apreciam dramas românticos com temas profundos e emocionais. Com atuações fortes, especialmente de Blake Lively, e uma fotografia envolvente, o filme tem seus méritos, mas deixa a desejar em termos de inovação e surpresa.
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