Crítica | Venom: A Última Rodada – Uma Jornada Previsível e Desgastada
- Gus Acioli

- 29 de nov. de 2024
- 2 min de leitura

Venom: A Última Rodada chega como o terceiro capítulo da franquia, trazendo de volta Eddie Brock (Tom Hardy) e sua versão alienígena, Venom, em uma luta frenética pela sobrevivência.
Caçados por forças tanto de seu planeta natal quanto da Terra, a dupla precisa enfrentar perigos implacáveis, mas o que deveria ser uma "última dança épica" acaba se tornando um filme previsível e repleto de clichês.
Embora o enredo se proponha a explorar a união de múltiplos Venoms de diferentes formas e origens, o filme não consegue entregar a grandiosidade prometida.

O tema central, "a união faz a força", soa como um pretexto para juntar os elementos já conhecidos da franquia sem realmente expandir a história de maneira relevante. O resultado é um filme que, embora entretenha o público, não se distingue como algo memorável.
O desenvolvimento dos personagens continua sendo o ponto mais fraco. Eddie Brock e Venom não apresentam evolução significativa, e o roteiro mal trabalhado não oferece nada além do básico.
Os momentos de ação, como cenas com vários Venoms lutando juntos, são visualmente impactantes, mas carecem de profundidade emocional, tornando-se mais uma tentativa de engajamento do que um real movimento narrativo.

A direção de Kelly Marcel é desastrosa, com uma falta de inovação que permeia toda a obra. O filme se esforça para agradar a um público já familiarizado com a franquia, mas não consegue se superar.
A fotografia, embora tecnicamente correta, não traz nada de novo, e a trilha sonora é esquecível. Após algum tempo, não há nenhuma cena ou música que realmente se destaque ou traga uma emoção duradoura.
Os efeitos visuais são bons, como esperado para um filme de grande orçamento, mas mais uma vez, o filme perde a chance de criar algo realmente impactante. A produção visual segue a linha das obras anteriores da franquia, sendo visualmente agradável, mas nada que se sinta inovador ou impressionante.

Em termos de atuações, Hardy faz o que pode com o que lhe é oferecido, mas, infelizmente, isso não é suficiente para salvar o filme. As performances são caricatas e exageradas, com o elenco principal não conseguindo dar a devida profundidade aos personagens.
Chiwetel Ejiofor e Juno Temple também não conseguem se destacar, limitando-se a papéis previsíveis e sem maiores surpresas.
Como fechamento de uma franquia, Venom: A Última Rodada tenta trazer uma conclusão épica, mas falha em oferecer algo realmente significativo para os fãs. A ausência de referências ao Homem-Aranha, um personagem central no universo de Venom, é um erro flagrante que limita ainda mais o impacto do filme.

No final, o filme pode agradar aos fãs da franquia, mas dificilmente conquistará novos admiradores. Ele é mais do mesmo: uma mistura de ação e comédia, com uma história rasa e uma execução medíocre.
Não há elementos suficientes para torná-lo memorável, e a sensação de que a franquia está se desgastando é clara.
Com um roteiro melhor trabalhado, uma direção mais cuidadosa e um aproveitamento mais eficaz dos talentos envolvidos, Venom: A Última Rodada poderia ter sido um encerramento digno, mas, infelizmente, se perde no caminho.
Nota: 5/10 – Um final fraco para uma franquia que poderia ter sido mais.



Comentários